segunda-feira, 7 de julho de 2014

Mudou tudo. Apresentei, enfim, minha videoarte no último encontro antes das apresentações finais. Não estava satisfeita, sabia que apresentava questões mal resolvidas ou não resolvidas. As mesmas questões que eu havia percebido e outras mais, foram percebidas e apontadas pelo grupo. Seguiu-se uma conversa sobre a minha não exposição do processo para meus parceiros de criação, a tomada de decisões sozinha ou baseada em opiniões de fora dali. Bom, sempre tive isso, de querer apresentar um trabalho pronto e ideal. Não mostrar os caminhos que percorri me fez ficar cada vez mais perdida, em caminhos impalpáveis. A mitificação de mim própria enquanto criadora me fez não criar. A criação vem da labuta, não do projeto, da ideia. Como atriz, estava acostumada a ser dirigida e não fazia e ainda faço pouca ideia do que é se dirigir. Trabalho de parto, fiquei ali, adiando, só preparando. Ou será que gerindo? De novo é preciso lidar com prazos. Pela primeira vez na vida começo a gostar dos prazos. É necessário ter o fim, porque senão sempre é possível dar continuidade às coisas, ficar nelas ininterruptamente. Bom, de qualquer forma, mesmo faltando horas para acabar esse processo, resolvi colocar tudo aqui.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Parque infantil em Israel, o brinquedo também é um abrigo anti-bombas.

 Estava paralisada pela dúvida. Conversando com uma grande amiga, artista e escritora, ela me questionou se a minha proposta seria cômica ou dramática. Para ela, o projeto Ilíada Parangolé parecia totalmente lírico, dramático. Refleti e acabei concordando, e então voltei aos textos sobre comicidade para entender melhor esse tema do qual pouco ou nada sei. Fui ler o livro "Do que riem as pessoas inteligentes" e fiquei tomada pela leitura. Percebi que o grande barato para mim nessa matéria, seria mergulhar no humor. Percebi tarde, eu sei. Mas fazer o quê?! Voltei à Ilíada, e voltei a ler meu projeto inúmeras vezes. Não queria trabalhar com a ideia de comicidade  que eu enxergava  no início do processo, mas ainda não sabia para onde ir. Então, fascinada pela pesquisa, e sabendo que o tempo estava passando para a realização de um projeto que envolvesse confecção de figurinos, objetos e ou ensaio com atores, comecei a pensar na possibilidade de criar uma videoarte. Ou seja, o que me move continua sendo o canto V e a questão das mulheres e crianças na cidade, o lúdico e o bélico no mesmo espaço, mas o suporte agora é outro e claro, a comicidade navega por outros âmbitos. 

Fotografia de Diane-Arbus. Olhe com atenção.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Ouvi esse poema e pensei no sentido do ritmo da cena, do espetáculo, da performance.

                                                               Emergência
  
                                             Quem faz um poema abre uma janela.
                                              Respira, tu que estás numa cela
                                              abafada,
                                              esse ar que entra por ela.
                                              Por isso é que os poemas têm ritmo
                                              – para que possas profundamente respirar.
                                              Quem faz um poema salva um afogado.
                                                                                                   
                                                                                                 Mario Quintana

Os Afrosambas (1966) - Full Album

Missa Afro-Brasileira (de Batuque e Acalanto) - Concertos Harmonia

Material para pesquisa musical da instalação. Reparem como o Parangolé de Oiticica parece com as roupas usadas na folia! A espada: lúdica e bélica.